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Sep 09, 2023

Bolsonaro pode estar em apuros depois que seu Rolex foi vendido em um shopping nos EUA

Donald Trump não é o único ex-presidente que enfrenta sérios problemas jurídicos.

Jair Bolsonaro, o ex-líder do Brasil, também é alvo de diversas investigações criminais em seu país natal. E um deles, segundo o The New York Times, está relacionado com um Rolex que um dos seus assessores vendeu num centro comercial na área de Filadélfia.

A Polícia Federal brasileira está investigando se Bolsonaro e alguns de seus aliados tentaram desviar presentes que recebeu de governos estrangeiros enquanto estava no cargo. A investigação sobre a forma como o ex-presidente lidou com presentes estrangeiros decorre de um incidente em 2021, quando um funcionário brasileiro foi pego carregando US$ 3 milhões em joias não declaradas em sua mochila após uma viagem de Estado à Arábia Saudita. O responsável disse que as joias foram presentes do governo da Arábia Saudita ao então presidente e à sua esposa, Michelle, e que Bolsonaro tentou recuperá-las em diversas ocasiões. A Polícia Federal afirma que sua investigação revelou indícios de peculato e lavagem de dinheiro.

Em um incidente citado pelo Times, o assessor pessoal de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, supostamente fez uma tentativa de vender um conjunto de joias de ouro 18 quilates da Chopard avaliado em US$ 140 mil. Em outro, Cid supostamente vendeu um relógio Rolex cravejado de diamantes (outro presente da Arábia Saudita) e um relógio Patek Philippe do governo do Bahrein para a Precision Watches & Jewelry, uma revendedora no shopping Willow Grove Park, ao norte da Filadélfia, seguindo a decisão de Bolsonaro. viagem à Cúpula das Américas no ano passado. O ex-presidente supostamente recebeu US$ 68.000 em dinheiro pela venda.

Bolsonaro e seus advogados afirmam que os presentes são dele para fazer o que quiser, mas nem todos concordam. A lei brasileira permite que ex-presidentes guardem alguns presentes pessoais, mas não itens de alto valor, como joias. Um painel nomeado pelo governo declarou que a maioria dos itens que os assessores de Bolsonaro tentaram vender são propriedade pessoal, mas o juiz que supervisiona o caso diz que há provas de que o painel foi pressionado a fazê-lo. Independentemente disso, mesmo que as joias pertencessem a Bolsonaro, ele teria sido obrigado a obter permissão para vender os itens, o que não aconteceu.

Bolsonaro não está sozinho ao enfrentar o escrutínio pela forma como lida com presentes estrangeiros. Trump foi acusado de não documentar mais de uma centena de presentes estrangeiros avaliados em mais de 250 mil dólares. É claro que os dois homens têm preocupações jurídicas maiores. O ex-presidente dos EUA foi indiciado quatro vezes desde o início do ano, mais recentemente por tentar anular a derrota nas eleições de 2020 na Geórgia. Enquanto isso, seu homólogo brasileiro foi impedido de concorrer ao cargo até pelo menos 2030, depois de espalhar falsas alegações sobre o sistema de votação do país depois que sua tentativa de reeleição fracassou no ano passado. Bolsonaro também enfrenta julgamento em vários outros casos.

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